Cânhamo: uma fonte renovável de fibras

Palavras-chaves: cânhamo, cânhamo industrial, hemp, cannabis, fibras, celulose, papel.

 

As plantas de cânhamo são variedades da espécie Cannabis sativa L, que por sua aplicação e manejo se distinguem  da “cannabis medicinal”. Essa planta, que não causa efeitos psicotrópicos, contém níveis extremamente baixos de THC e pode ser utilizada para diferentes finalidades.

 

Ao longo da maior parte da história registrada, a Cannabis sativa foi valorizada principalmente como fonte de fibra. Durante milênios, o cânhamo tem sido uma cultura respeitada na China (Touw, 1981; Clarke e Merlin, 2013), onde se tornou uma fibra muito importante para o vestuário. Os chineses também fabricavam cordas, têxteis e papel a partir do cânhamo (Li, 1974). Atualmente, a China continua sendo o principal produtor mundial de fibra de cânhamo. Outros países como Canadá, EUA, Chile, Paraguai, Uruguai e União Européia já possuem uma grande e organizada cadeia produtiva legal de cânhamo. 

Fonte: Kaya Mind (2022)   

 

Alto, esguio e forte, o cânhamo pode chegar a uma altura de dois a quatro metros em um curto período de tempo, variando de 100 a 140 dias. Além disso, apresenta alto rendimento, se desenvolve em uma diversidade de solos, inclusive em solos degradados ou contaminados e dificilmente é prejudicado por pragas.

 

Existem diversas matérias-primas que podem ser extraídas a partir do caule do cânhamo, sendo elas a fibra externa, a fibra interna limpa, a fibra intermediária, a poeira e a fibra fina. Cada uma delas tem um rendimento específico, uma funcionalidade e é utilizada por diferentes indústrias, possuindo o seu próprio valor final.

 

As composições do caule do cânhamo variam conforme as cepas, condições de crescimento e tempo de colheita, mas pode-se considerar que a fibra externa corresponde, em média, de 15 a 20% do caule inteiro e é utilizada pela indústria têxtil, de papel, de materiais de construção, entre outras. É capaz de produzir, portanto, fraldas, roupas, sapatos, cordas, canvas, tapetes, filtro de papel, jornal, cartão, blocos de cimento, material isolante, entre outros produtos. Já a fibra interna limpa representa de 40 a 45% do total, podendo ser usada pela indústria de papel, de materiais de construção e de cuidados animais. 

 

A fibra intermediária corresponde de 20 a 25% do caule inteiro. Por fim, poeira e fibras finas representam de 15 a 20% do total. Estas são pequenas partículas perdidas durante o processo de produção e são utilizadas para calafetagem (vedação para impedir passagem de líquidos ou ar), preenchimento, estofamento, fabricação de papéis ou resíduos compostáveis para adubação orgânica, por exemplo.

 

Para entender o porquê de cada fibra servir para um fim, é importante analisar a composição química do cânhamo. O caule inteiro consiste em cerca de 65% de fibra de núcleo lenhoso, da qual são extraídas fibras internas limpas e é composta por, aproximadamente, 40 a 48% de celulose, 18 a 24% de hemicelulose e 21 a 24% de lignina. Já os outros 35% do caule consistem em fibras longas, das quais são extraídas fibras, gerando a poeira, fibras intermediárias e finas, e são compostas por cerca de 57 a 77% de celulose, 9 a 14% de hemicelulose e 5 a 9% de lignina. 


Fonte: Kaya Mind (2022)

Fonte: Kaya Mind (2022)

 

As paredes celulares das plantas são compostas por celulose, hemicelulose e lignina, que são responsáveis pela rigidez e firmeza dessas estruturas. A celulose é a substância mais abundante e é popularmente utilizada para a produção de papéis e fibras de tecido. Atualmente, é extraída, principalmente, de eucalipto, pinheiro, bambu, algodão, entre outras. 

 

Espera-se que o mercado de fibras de cânhamo tenha um crescimento exponencial nos próximos anos. De acordo com o “Hemp Fiber Global Market Report 2024” da Business Research Company, o tamanho desse mercado deverá superar o valor de US$ 50 bilhões em 2028, com uma taxa composta de crescimento anual (TCCA) de 35,0%.

 

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REFERÊNCIAS

Hemp Fiber Global Market Report 2024,  Business Research Company, 2024

 

Relatório Cânhamo no Brasil, Kaya Mind, 2022

 

Small, Ernest. Cannabis: a complete guide. Boca Raton: Taylor & Francis, 2017

 

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