Cannabis: inflorescência, flor ou fruto partenocárpico?

Palavras-chave: Fruto, Flor, Semente, Partenocarpia, Cannabis sativa L.

Através da crescente popularização da espécie vegetal Cannabis sativa L. para diversas finalidades, em países que já regulamentaram em suas legislações, surgem novos conhecimentos a respeito da planta muito utilizada desde civilizações antigas. Devido sua alta versatilidade, somente possível através do melhoramento genético realizado há milênios nesta planta em diferentes regiões do mundo, hoje temos a disponibilidade de dezenas de milhares de produtos advindos da cannabis.

O comparecimento desta planta na literatura científica reaparece aos poucos após um período de repressão de sua presença em órgãos e instituições de pesquisa em países onde sua utilização era ilegal. Mesmo sabendo que há países onde seu consumo medicinal já está presente por meios legais, sua utilização para pesquisas científicas são escassas e raras. Com isso, surgem discussões no meio científico sobre quais são os termos corretos para um maior entendimento dessa planta, visto que muitas vezes mais de um subproduto originado do vegetal é denominado através do mesmo termo em farmacopéias de diferentes países: “cannabis”.

Recentemente, um pesquisador independente gerou, a partir de estudos científicos, um artigo em que levanta um debate importante e atual. Esta pesquisa diz respeito sobre a nomenclatura da parte mais importante da planta para a indústria médica, onde há a maior concentração dos compostos de metabolismo secundário deste vegetal.

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O órgão vegetal da cannabis utilizada para fins medicinais é geralmente referenciado como “flor”, “bud ou botão”, “bráctea”, “topo ou cabeça”, “inflorescência” e outros. Diferentes extratos e/ou produtos derivados que também são utilizados em medicamentos são muitas vezes referenciados apenas como “cannabis”. Um documento da ONU de 1958, elaborado para propor uma lista de substâncias narcóticas sob controle internacional definiu o termo “cannabis” tanto para materiais vegetais sem processamento, quanto para produtos processados e elaborados a partir da planta Cannabis sativa L. Outros casos de definições distintas para produtos elaborados a partir do vegetal são comuns no repertório literal de diferentes países. Iremos focar e entender juntos, a partir do conhecimento científico que já temos, como podemos denominar a principal parte utilizada desta planta tão curiosa .

A falta de um consenso botânico completo da Cannabis sativa L. é um tema que chama a atenção científica e a identificação das “flores”, “buds”, “botões” não é uma atividade simples. A cannabis é uma herbácea anual dióica (com possibilidade de ocorrência de indivíduos monóicos por diferentes fatores) e em plantas com órgão sexual feminino apresenta um ciclo de vida com a produção de frutos, caracterizados como aquênios geniculados. Sua reprodução ocorre naturalmente com a presença de plantas macho (que possuem diminutas flores com estames) no mesmo ambiente de cultivo, através da dispersão do pólen pelo vento ou por insetos polinizadores. 

Desde a década de 50, pesquisadores descrevem as partes principais para utilização medicinal como “flores, folhas, frutos, galhos ou ramos novos, casca”. Em seguida, na década de 70, pesquisadores demonstraram que os compostos ativos da planta estão em todos estes órgãos em todos seus estágios de vida, porém com maior concentração nas brácteas no período em que as sementes estão praticamente maduras. Após este período, diversas publicações científicas chamaram a parte onde há maior concentração dos compostos como “flores”, “topos”, “botões ou buds”, “inflorescência” ou “frutos” com pistilos (estrutura contida no sistema sexual feminino, o gineceu).

De forma mais aprofundada, a biossíntese de canabinóides, compostos fenólicos e terpenos ocorre no interior multicelular da cabeça de tricomas multisseriados epidérmicos. Estes pequenos pistilos são encontrados em maior concentração em torno das partes reprodutivas de plantas femininas ou pistiladas (“camarão, buds, flores”). O termo que frequentemente aparece como correto na literatura médica ou agrícola para estas partes é “Flores”. Há também farmacopeias que preferem referir a parte chamada de “semente” como “fruto”, já que a botânica e a sistemática de espermatófitos nos diz que nenhuma flor possui semente.

Um documento da comissão indiana de drogas originárias do cânhamo de 1894, descreve a utilização da “cabeça da flor sem estar cheia de sementes e sem folhas grossas” para a produção de um extrato indiano utilizado localmente. A denominação de “brácteas”, “botões”, “cálices” para esta parte do vegetal também são encontradas, assim como “fruto em desenvolvimento”, podendo ser explicada pelo cultivo outdoor, em que muitas vezes ocorre a presença de flores estaminadas e/ou hermafroditas que polinizam as pistiladas e resultam na transformação do ovário em um fruto que carrega a semente.

Este levantamento de conhecimento levou cientistas a propor um consenso maior sobre como chamar este produto vegetal cada vez mais conhecido. Uma importante consideração botânica básica é: flores não amadurecem, mas sim entram em senescência. Em cunho científico agrário, já foi relatado que o melhor momento para colheita com finalidade para sementes e para extração de canabinóides ocorre simultaneamente. Ainda, existem observações científicas que sugerem a maior concentração das substâncias utilizadas para a medicina nas brácteas florais, que aparecem um pouco antes de surgir pistilos e duram aproximadamente duas semanas.

De acordo com a ciência botânica moderna, referenciar este órgão vegetal como fruto ou infrutescência pode ser a maneira mais precisa. Antigamente, os frutos eram designados como “estruturas portadoras de sementes”. Atualmente, sabe-se também, que especialmente em plantas dicotiledôneas (como a Cannabis sativa L.), pode haver o desenvolvimento de frutos a partir de flores femininas não fertilizadas (não polinizadas), fenômeno que é chamado de partenocarpia. Este fenômeno, porém, é considerado por outros autores como exclusivo para frutos, havendo ainda a possibilidade de sobrepor fases de floração e frutificação da espécie Cannabis sativa L.

Portanto, o que é sugerido, é que o produto básico desta planta pode ser mais aceitável como fruto do que como flor, mais especificamente Frutos partenocárpicos. Com ressalva ainda, na capacidade ambígua deste vegetal fantástico, de produzir frutos com sementes e frutos sem sementes. Assim, chegando ao que seria mais específico como uma planta partenocárpica facultativa.

Esta discussão traz um possível início de debate científico a respeito de um tema de interesse para diferentes áreas do conhecimento, trazida pelo pesquisador autor no ano passado e de grande relevância. Conhecer mais sobre esta espécie vegetal, que obtém cada vez mais abrangência global de sua utilização, gera uma necessidade nacional de discussões científicas com seriedade a respeito de suas possibilidades econômicas e ambientais do cultivo de Cannabis sativa L. A empresa ADWA Cannabis, tem o comprometimento de trazer ao país  as tecnologias necessárias para o desenvolvimento da cadeia produtiva nacional desta planta com potenciais atraentes. Além de fornecer a você, as informações necessárias para se atualizar neste mercado emergente, com grandes projeções de crescimento.

Referências

RIBOULET-ZEMOULI, Kenzi. ‘Cannabis’ ontologies I: Conceptual issues with Cannabis and cannabinoids terminology. Drug Science, Policy and Law, v. 6, p. 2050324520945797, 2020.

Palavras-chave: Fruto. Flor, Semente, Partenocarpia, Cannabis sativa L.

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