Palavras-chave: Cultura de tecidos, tecidos meristemáticos, cultivo indoor, clonagem, propagação de Cannabis
A Cannabis sativa L., uma planta multifuncional, teve grande importância na história da humanidade, visto que sua versatilidade de usos possibilitou o desenvolvimento de diversos setores englobando tanto o ramo têxtil e industrial, quanto o medicinal, alimentício e recreativo. Entretanto, com a proibição do uso da planta, a expansão desses setores encontrou uma barreira e o desenvolvimento tecnológico e científico da área passou por uma drástica queda, o que limitou a exploração dos inúmeros benefícios que a Cannabis dispõe para a sociedade.
Atualmente, esse cenário tem se revertido. A flexibilização e a regulamentação do mercado de Cannabis em alguns países ao redor do mundo têm possibilitado o retorno do uso da planta em diversas atividades, fomentando desde a agricultura e a indústria, até a pesquisa e a economia global.
No âmbito da agricultura, a produção de Cannabis depende do objetivo final do cultivo. Pode ocorrer de forma outdoor, em larga escala e com práticas similares às utilizadas para outras importantes culturas comerciais, sendo esse cultivo normalmente destinado à produção de fibras e sementes. Já em cultivos com objetivo de extração de óleo medicinal ou para atividades recreativas, a produção geralmente ocorre no modelo indoor, em estufas ou outras estruturas que proporcionem um ambiente protegido com controle das condições ambientais.
Para esse último modelo de cultivo, a Cannabis normalmente é propagada por clones, estratégia usada para manter a uniformidade e a alta qualidade do produto final. O método de propagação mais utilizado é o de propagação vegetativa, em que ramos são retirados de uma planta mãe e passam por um processo de enraizamento para a formação de uma nova planta. Apesar de ser um método mais caro que a propagação por sementes, a uniformidade genética e fenotípica das plantas clone compensam a necessidade de maiores investimentos.
Portanto, o método de propagação vegetativa necessita de um estoque de plantas mãe, das quais será retirado o material para propagação, devendo elas estarem mantidas em estágio vegetativo constante, o que implica em um uso de espaço que poderia ser utilizado para a ampliação da produção. Além disso, estas plantas mãe estão suscetíveis a pragas e doenças, o que implica em mais cuidados durante o processo de clonagem. Uma alternativa a isso é o uso da micropropagação, em que são utilizadas culturas de tecido, normalmente meristemáticos, para a multiplicação de plantas em recipientes esterilizados e em um ambiente controlado e asséptico, proporcionando um modelo que otimiza a ocupação do espaço disponível, além da possibilidade de produção de propágulos resistentes a patógenos.
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